quarta-feira, 11 de janeiro de 2012


A Educação para a Convivência com o Semiárido é uma proposta em sintonia
com as indicações da Lei de Diretrizes e Bases, das Diretrizes Curriculares
Nacionais do Conselho Nacional de Educação e dos Parâmetros Curriculares
publicados pelo Ministério da Educação. Ela propõe que a educação seja
compreendida no contexto da localidade onde está situada a escola. Ensina a
mudar o lugar onde se vive e ali manter raízes e laços de família. Esse reconhecimento

vai além da noção de campo apenas como rural e compreende suas
necessidades culturais, direitos sociais e formação integral dos indivíduos.
Depois das Diretrizes Operacionais para a Educação Básica das Escolas do
Campo (Resolução CNC/CEB nº 1, de 03/04/02) e das Diretrizes Complementares,
Normas e Princípios para o Desenvolvimento de Políticas Públicas
de Atendimento da Educação Básica do Campo (Resolução CNE/CEB nº 2, de
28/04/08), publicadas em abril de 2002 pelo Conselho Nacional de Educação,
a Educação para a Convivência conquistou um grande reforço. O campo
brasileiro deixou de ser visto como lugar da pobreza, do atraso, do matuto.
Passou a ser entendido como espaço social, com vida, identidade e cultura
próprias, além de práticas compartilhadas.

Neste guia, utiliza-se essa nova forma de ver o Semiárido, ao se propor uma
educação para a construção de políticas públicas, voltadas à educação de
qualidade. Ao mesmo tempo, respeita-se a diversidade cultural ao reconhecer
a realidade de cada criança e adolescente, residentes no campo ou na cidade.
Essa é a essência da Educação para a Convivência com o Semiárido.
O Selo UNICEF vem apoiando e estimulando iniciativas que priorizam tal
visão. Alguns exemplos: Rede de Educação do Semiárido Brasileiro (Resab),
que reúne educadores de todo o Nordeste, do norte de Minas Gerais e do
Espírito Santo; Rede de Educação Contextualizada do Agreste e Semiárido
(Recasa), que articula a educação do campo no Estado de Alagoas; Serviço
de Tecnologia Alternativa (Serta), de Pernambuco; Movimento de
Organização Comunitária (MOC), da Bahia; entre outros.

Tais redes e organizações partem dos cinco princípios a seguir

Garantia de políticas educacionais
Construção do conhecimento com interdisciplinaridade e
transdisciplinaridade
Aplicação das leis ligadas à construção de uma educação pública
de qualidade
Defesa incondicional da escola pública, gratuita e de qualidade no
Semiárido e no Brasil
Respeito e promoção dos direitos de crianças, adolescentes,
jovens, adultos e idosos


É o caso do Projeto Jovens pela Educação
e Convivência com o Semiárido,
desenvolvido em escolas
pernambucanas, desde 2008,
pelo Serta, em parceria com o
UNICEF. Ele tem contribuído
para a formação de
educadores, para a educação
integral e inclusiva,
garantindo a crianças e
adolescentes o direito de
aprender a conviver com
sua realidade.
O percurso proposto neste guia
orienta-se por essa mesma
perspectiva, ao utilizar a
metodologia Peads – Proposta
Educacional de Apoio ao Desenvolvimento
Sustentável, desenvolvida
pelo Serta. Ela procura ser um
instrumento para a escola apoiar o
município na conquista de
políticas públicas em prol de
crianças e adolescentes.









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